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10 Discos Para Gostar de Dubstep

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Gênero musical recente, o dubstep começou a se manifestar em Londres no final da década de 1990, se valendo de uma série de variações e cruzamentos entre Drum’n'Bass, 2-Step, Dub, Trip-Hop e demais variações geradas na eletrônica britânica. Com mais de uma década de vida, o estilo ganhou destaque a partir da segunda metade dos anos 2000, em virtude do surgimento de uma série de importantes produtores musicais e selos voltados ao gênero. Quem quiser conhecer um pouco mais sobre as origens do Dubstep, recomendo este artigo escrito por Bruno Bulluomini do Blog Tranquera, texto que sintetizada e conta boa parte da história bem como de produtores relacionados ao estilo musical.

Em vista de uma série de e-mails pedindo indicações sobre o que seriam bons trabalhos relacionados a esse tipo de som, separamos alguns dos registros já lançados aqui no blog, além de outros títulos de valor e extrema contribuição para o gênero. Sabemos que alguns álbuns importantes acabaram ficando de fora – como os primeiros registros do Kode9 ou mesmo os primeiros lançamentos do James Blake -, entretanto, a ideia é de apresentar alguns discos mais “comerciais” e que possam incentivar a conhecer outros lançamentos relacionados ao gênero. Sem mais delongas, deixe Skrillex de lado e dance ao som da nossa seleção de 10 álbuns que devem fazer você gostar de dubstep – ou não.

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Africa Hitech
93 Million Miles (2011, Warp)

De um lado o produtor australiano Mark Pritchard, responsável por uma série de trabalhos (sempre com foco na música eletrônica) pelos quatro cantos do planeta. Do outro lado Steve Spacek, britânico, produtor e músico em uma série de projetos também relacionados com a música eletrônica. No meio desse colapso de beats, programações e ruídos sintéticos está o Africa Hitech, projeto relacionado ao selo inglês Warp Records e que foca o trabalho dos dois produtores no pós-dubstep. Entre batidas sincopadas, samples encorpados de maneira quente e todo um manancial de referências vão aos poucos dando forma ao imenso 93 Million Miles, álbum que realça todas as habilidades da dupla de produtores através de um resultado incrivelmente dançante e capaz de movimentar quaisquer pistas. Entre faixas como Out In The Streets e Our Luv, o duo vai desenvolvendo um trabalho sério e que carece de audição urgente. (Resenha)

Por que ouvir: tal qual a capa colorida, mistura uma soma de referências e sonoridades

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Burial
Untrue (2007, Hyperdub)

Maio de 2006. Em meio aos diálogos de Benicio Del Toro retirados do filme 21 Gramas começam a se materializar pequenas emanações obscuras e captações densas de som. Logo surgem as batidas, sempre dentro dos parâmetros do 2-step britânico, samples que vão de Destiny’s Child ao compositor Brian Eno, colagens e mais colagens de sons até que por fim silêncio. Em mais de 50 minutos William Bevan, ou simplesmente Burial faria de seu primeiro álbum um dos trabalhos mais surpreendentes e inventivos daquele ano, entretanto, aquele seria apenas um esboço perto da grandiosidade do que viria em sequência. Pouco após sua consagração como um dos produtores mais elogiados de 2006, Bevan voltaria apresentando um segundo disco através do Burial, o ainda mais elogiado Untrue, trabalho que elevaria suas experimentações eletrônicas em um nível ainda mais apurado e surpreendente. Trazendo um número maior de samples e elaborando suas texturas instrumentais de forma minuciosa, o britânico faria de seu segundo álbum um dos registros mais impactantes lançados em 2007, servindo como material de base para uma futura sequência de trabalhos voltados ao dubstep. (Resenha)

Por que ouvir: mais importante e influente registro para o gênero

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Katy B
On A Mission (2011, Columbia/Rinse)

Se um número bem definido de artistas do atual cenário relacionado ao dubstep britânico – entenda como Burial, James Blake, Mount Kimbie e de forma menos tradicional The Bug e Chase & Status – preferem trabalhar com as batidas em formato minimalista, fazendo com que cada som surja de maneira cuidadosa, reducionista e até excessivamente frágil, Kathleen Brien, a Katy B, entrega um resultado de caráter opositivo em seu primeiro disco, On a Mission. Seja pela forma com que os vocais são explorados ao longo do trabalho, ou pelas batidas, deixando o delay como segundo plano e se afundando na criação de uma temática forte e consistente, tudo ecoa novidade. Como Katy mesmo expressa ela está “em uma missão”, atitude que consiste em reformular com colagens próximas do dubstep quase dez anos de redundâncias que se apoderam de boa parte do panorama pop inglês. Katy segue por uma via claramente mais complexa, porém repleta de recompensas ao final. O dubstep encontra o pop dentro do disco e parece se dar muito bem com isso. (Resenha)

Por que ouvir: mistura dubstep e música pop de forma dinâmica e pegajosa

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Mount Kimbie

Mount Kimbie
Crooks & Lovers (2010, Hotflush)

Comandado pelas mentes detalhistas de Dom Maker e Kai Campos, o Mount Kimbie faz parte da leva de produtores britânicos guiados pela “facção” mais sutil do dubstep, seguindo como base os ensinamentos de William Bevan, porém incorporando uma série de outras cuidadosas experiências. De fato a sonoridade do grupo é destinada a poucos. As batidas compenetradas, os efeitos singelos e o looping suave das faixas vêm muito mais para relaxar o ouvinte do que para entusiasmá-lo a qualquer momento. Um verdadeiro arrasa quarteirões nos espaços lounge das festas de eletrônica. Cada faixa de Crooks & Lovers é individual, hermética e ainda assim coesa com suas irmãs composições. As canções seguem uma fórmula básica: camadas e efeitos controlados sempre acompanhados de batidas quebradas e alguns ruídos esporádicos. Embora a técnica se repita nas 11 faixas que compõem o disco, existe uma alternância de elementos que vão reconfigurando as canções, dessa forma o álbum evita redundâncias e prima pela inovação. Oscilando entre 100 e 140 batimentos por minuto as faixas são leves e reproduzem uma ambientação suave, resultando em um trabalho ora dançante, ora essencialmente climático.

Por que ouvir: é um registro sofisticado e que acerta pelos inúmeros detalhes

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Rustie
Glass Swords (2011, Warp)

Membro da mais recente safara de artistas ligados ao selo inglês Warp – que inclui Africa Hitech e Flying Lotus -, o jovem escocês Rustie Rus chega agora com seu primeiro e bem recepcionado registro em estúdio, Glass Swords. Claramente relacionado com a vertente de artistas que dão formas ao famigerado pós-dubstep, o britânico configura sua estréia em uma sequência de beats e frequências variadas, encontrando apoio em diferentes setores da música eletrônica e se anunciando como uma das grandes estréias do gênero em 2011. Longe de qualquer produção demasiadamente climática ou perdida em experimentos abafados típicos dos que delimitaram a cena britânica da última década, Rustie delimita através das 13 faixas de seu debut uma sequência de sons marcados pela plasticidade e o encaixe musical quase matemático. Amarrando sintetizadores futurísticos, vocais fragmentados e uma soma de efeitos eletrônicos variados, o produtor faz nascer um registro rápido, bem direcionado e pontuado pela intensidade das composições. (Resenha)

Por que ouvir: mostra o que pode vir a se transformar o gênero em um futuro próximo

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SBTRKT
SBTRKT (2011, Young Turks)

Se desde os primórdios as máscaras surgem como um elemento pensado para ocultar a imagem original de algum indivíduo ou proporcionar determinada transformação a seu usuário, tal utensílio tem seus objetivos aplicados de maneira inversa dentro do trabalho do inglês Aaron Jerome. Oculto sob um visual artesanalmente produzido, o produtor britânico usa do aspecto talhado uma forma de promover sua música, proporcionando o que parece ser um ritual xamã eletrônico em que o músico se mantém como o grande guru e condutor de tal celebração. Mesmo seguindo pelas mesmas tendências da música eletrônica explorada em grande parte do atual panorama musical britânico, em que os ritmos dissidentes do UK Garage tomam proporções de grande destaque, Jerome – que em seus rituais atua sob a alcunha de SBTRKT – esquiva-se de minimalismos assombrosos ou composições excessivamente esvoaçadas, partindo para a criação de um som mais conciso, fácil, e tão detalhista quanto o que é trabalhado por seus conterrâneos. Pinçando essências do dubstep, soul, pop, R&B, synthpop e da música eletrônica dos anos 90, o produtor abre as portas de sua estreia nos fornecendo um recheado de ritmos e tendências variadas. (Resenha)

Por que ouvir: Aaron Jerome mescla uma infinidade de ritmos e sonoridades de maneira comercial e hipnótica.

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Sepalcure

Sepalcure
Sepalcure (2011, Hotflush)

Poucos foram os indivíduos na última década capazes de imprimir uma marca tão forte no mundo da música eletrônica quanto William Bevan. Protegido sob o nome de Burial, o produtor britânico deu forma a dois registros de suma importância não apenas para o cenário musical inglês – que naquele momento vivia o apogeu do UK Garage -, mas para todos os diferentes territórios da música. Os overdubs massivos, vocais picotados e beats assíncronos exaltados por Bevan parecem cada vez mais presentes no cenário atual, algo que uma vazão enorme de projetos como Mount Kimbie, Jamie XX , Zomby e tantos tem ressaltado de forma primorosa ao longo dos últimos anos. Ultrapassando os limites físicos que até então pareciam ter difundido magistralmente o trabalho do produtor apenas em solo britânico, Bevan e suas peculiaridades sonoras parecem ter finalmente aportado em solo norte-americano, algo que a dupla nova-iorquina Sepalcure demonstra sem parcimônias em seu primeiro álbum. Delicado e claramente inspirado pelos ensinamentos do clássico Untrue, o homônimo debut de Travis Stewart e Praveen Sharma – ou como preferem ser conhecidos, Machinedrum e Braille – esbanja as mesmas sensações até então emanadas apenas nas terras da Rainha, evitando um resultado copioso e abrindo uma soma de novas possibilidades. (Resenha)

Por que ouvir: provavelmente a maior obra do gênero fora do território britânico

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The Bug

The Bug
London Zoo (2008, Hyperdub)

Contra todos os minimalismos e excentricidades assimétricas que pudessem tomar conta do dubstep na segunda metade dos anos 2000, Kevin Martin, produtor, musico e jornalista britânico resolveu revolucionar. Nada dos beats instáveis que o conterrâneo William Bevan do Burial havia experimentado um ano antes com o clássico Untrue, nada das velhas exposições que entrecortaram todo o UK garage no começo do novo século, para o londrino, todo um universo de possibilidades foi aberto em julho de 2008 quando o mundo se deparou com as batidas suingadas e fluxo musical quente de London Zoo. Terceira obra de Martin através do projeto The Bug – entre diversos trabalhos colaborativos e uma série de atividades voltadas à música eletrônica britânica, o inglês toma conta de nada menos do que sete projetos individuais, quase todos amarrados pela mesma veia musical -, o trabalho é de longe o mais assertivo lançamento que o produtor pôde proporcionar ao longo da carreira. Desde a década de 1990 se revezando em uma série de clubes pela cidade de Londres e responsável por um catálogo de incontáveis composições, Kevin utiliza do The Bug como uma grande síntese de todos seus grandes lançamentos. (Resenha)

Por que ouvir: dubstep com uma sonoridade mais calorosa e versos marcados pelo teor político

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Hyperdub

Vários Artistas
Five Years of Hyperdub (2009, Hyperdub)

Lançado em comemoração aos cinco anos de criação do selo inglês Hyperdub – desenvolvido e administrado pelo produtor Steve Goodman (Kode9) -, essa imensa coletânea concentra apenas a nata do dubstep internacional. Dividido em duas metades, o registro mantém no primeiro disco uma imensa somatória de composições inéditas apresentadas por produtores relacionados ao selo. Uma sequência de 16 faixas montadas especialmente por artistas como Burial, Zomby, Kode9 e Flying Lotus. Já a segunda metade conta com músicas que ajudaram a escrever a história do selo britânico em meia década de atuação, composições aos moldes de Honey Money do The Bug ou Kaliko do produtor Zomby. Seleção fundamental para os amantes do gênero, o registro funciona como uma brilhante síntese de tudo que foi produzido na época, além de servir como espécie de marco, mostrando de forma bem resumida o que foi e o que é hoje o dubstep.

Por que ouvir: Concentra alguns dos mais importantes nomes relacionados ao estilo

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Zomby
Where Were Are You in ’92? (2008, Werk Discs)

Onde você estava em 92? Ao fazer essa pergunta em meados de 2008 o produtor inglês Zomby fez nascer um dos discos mais pulsantes e nostálgicos daquele ano. Inspirado na cena rave e pela música house do começo da década de 1990, porém, revisitando isso dentro dos padrões típicos do dubstep e do grime, o britânico agrupou um jogo de 14 faixas. Um conjunto monumental de músicas carregadas por batidas aceleradas, sirenes esquizofrênicas, ecos de The Chemical Brothers, samples vindos diretamente de composições da época, além de uma nuvem de reverberações sujas e levemente chapadas que deram ao disco uma merecida posição de destaque no cenário eletrônico daquele ano – e dos anos que se seguiriam. Intenso da primeira à última faixa, o registro traz ao longo de quase 40 minutos uma somatória de acertos que se revelam firmes dentro de uma precisão quase matemática, com o produtor sobrepondo batidas, vozes e ruídos de forma a não apenas convidar o ouvinte para as pistas, mas capazes de hipnotizá-lo.

Por que ouvir: o álbum cria uma espécie de ponte entre diferentes épocas musicais da cena inglesa

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